
O Papel do SPDA em Projetos de Instalações Elétricas: Como Funciona e Quando Implementar

Se você já ouviu falar em SPDA, mas ainda tem dúvidas sobre o que exatamente esse sistema faz, como ele funciona e em que momento ele deve ser implementado, você não está sozinho. Muitos profissionais e gestores de instalações elétricas sabem que o SPDA é importante, mas nem sempre compreendem a fundo seu papel e obrigatoriedade. A verdade é que esse sistema pode ser a diferença entre a segurança e o prejuízo — inclusive, em muitos casos, salvar vidas.
Vamos explorar neste artigo de forma clara, direta e com foco prático tudo o que você precisa saber sobre o SPDA — o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas — e como ele deve ser inserido corretamente nos projetos de instalações elétricas.
- O que é o SPDA e qual sua função
- Componentes básicos do SPDA
- Como o SPDA funciona na prática
- Quando o SPDA deve ser implementado?
- Modelos e métodos de proteção
- Normas técnicas e exigências legais
- Responsabilidade técnica e projeto
- Benefícios de contar com um SPDA
- Manutenção e inspeção periódica
- Saiba mais sobre
O que é o SPDA e qual sua função
O SPDA, popularmente conhecido como para-raios, é um conjunto de dispositivos que protegem estruturas contra descargas atmosféricas, ou seja, raios. Esse sistema é projetado para captar essas descargas e conduzi-las com segurança até o solo, evitando que a energia atinja diretamente o prédio ou pessoas, o que poderia causar desde danos a equipamentos até incêndios de grandes proporções.
A função principal do SPDA é direcionar a energia do raio para um caminho seguro, longe de materiais inflamáveis, circuitos elétricos internos ou estruturas frágeis. Ele não evita que o raio aconteça, mas impede que ele atinja locais críticos.
Componentes básicos do SPDA
Um sistema SPDA eficiente é formado por três partes principais:
- Captores (ou hastes): são instalados nos pontos mais altos do edifício e têm a função de atrair a descarga elétrica.
- Condutores de descida: conduzem a corrente captada até o solo de forma segura.
- Sistema de aterramento: onde a energia do raio é dissipada na terra.
Além disso, alguns sistemas também contam com dispositivos de proteção contra surtos (DPS) que evitam que picos de tensão causados pelas descargas prejudiquem equipamentos eletrônicos.
Como o SPDA funciona na prática
Imagine que um raio atinja a cobertura de um edifício. Se esse prédio tiver um SPDA bem dimensionado, a descarga elétrica será captada por uma haste metálica, percorrerá os cabos condutores e será descarregada de forma controlada no solo. Isso acontece em frações de segundos e impede que a eletricidade se espalhe por redes elétricas, canos, estruturas metálicas ou diretamente pelas paredes da construção.
Esse processo protege não apenas o patrimônio físico, como também a vida de pessoas que estejam no local. A instalação adequada e a manutenção periódica são fundamentais para garantir essa segurança.
Quando o SPDA deve ser implementado?
A implementação do SPDA deve acontecer ainda na fase de projeto da construção ou reforma de uma edificação. De acordo com a norma NBR 5419 da ABNT, a obrigatoriedade do SPDA depende de fatores como:
- Altura da edificação
- Localização geográfica
- Uso da construção (residencial, comercial, industrial)
- Número de pessoas que circulam no local
- Valor dos equipamentos e sistemas eletrônicos instalados
Edifícios com mais de 30 metros de altura, hospitais, escolas, depósitos industriais, subestações elétricas e áreas com alta incidência de raios são exemplos de locais onde o SPDA é obrigatório.
Modelos e métodos de proteção
Existem diferentes metodologias para projetar e implantar um SPDA. As mais conhecidas são:
- Sistema Franklin: usa hastes metálicas pontiagudas instaladas no topo da estrutura. Cada haste protege um determinado ângulo, geralmente de 45°.
- Gaiola de Faraday: cria uma malha de fios metálicos ao redor da edificação, protegendo também as laterais.
- Método da esfera rolante: usa um cálculo simulado para avaliar os pontos de risco e definir onde o SPDA deve atuar.
Muitas vezes, os sistemas são combinados para oferecer maior cobertura e segurança.
Normas técnicas e exigências legais
O SPDA está regulado principalmente pelas normas:
- NBR 5419: define os critérios técnicos para projeto e instalação do sistema.
- NBR 5410: trata da instalação elétrica de baixa tensão, que deve estar integrada ao SPDA.
- NR 10: regula a segurança em instalações elétricas em geral.
Além das normas da ABNT, muitos estados e municípios exigem o SPDA como item obrigatório para obtenção do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).
Responsabilidade técnica e projeto
A instalação de um SPDA exige um projeto assinado por engenheiro eletricista habilitado com emissão da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Esse profissional será responsável pelo cálculo, escolha dos materiais, execução e testes de funcionamento do sistema.
Apenas empresas especializadas com conhecimento técnico e equipamentos certificados devem realizar esse tipo de serviço, garantindo a eficácia da proteção e evitando sanções legais.
Saiba mais sobre tensão de passo e toque de aterramento
Benefícios de contar com um SPDA
Além de cumprir as exigências legais, investir em um sistema SPDA traz vantagens significativas:
- Redução de riscos de incêndio
- Proteção de vidas humanas
- Preservação de equipamentos caros
- Evita paralisações na operação
- Conformidade com seguros patrimoniais
Para empresas que atuam com maquinários sensíveis, centros de dados ou estoques de alto valor, o SPDA é essencial para garantir continuidade operacional.
Manutenção e inspeção periódica
Após a instalação, o SPDA deve passar por inspeções periódicas. A NBR 5419 recomenda inspeções anuais ou sempre que houver reformas na edificação, queda de raio próxima ou mudança no uso da estrutura.
Essas inspeções verificam a integridade física dos componentes, continuidade elétrica dos condutores, resistência de aterramento e estado geral dos materiais. Tudo deve ser documentado em laudos técnicos.
Saiba mais sobre
O que é SPDA?É um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, popularmente conhecido como para-raios, que direciona os raios de forma segura para o solo.
Para que serve o SPDA?Serve para evitar danos físicos e elétricos causados por raios, protegendo pessoas, equipamentos e estruturas.
Quando o SPDA é obrigatório?É obrigatório em edificações acima de 30 metros, locais com grande circulação de pessoas e regiões com alta incidência de raios, segundo a NBR 5419.
Quem pode instalar o SPDA?Somente empresas especializadas sob responsabilidade de um engenheiro eletricista com emissão de ART.
SPDA é o mesmo que para-raios?Sim, embora o termo SPDA seja mais técnico e inclua todo o sistema, não apenas a haste metálica.
Qual a diferença entre Franklin e Gaiola de Faraday?O sistema Franklin usa hastes pontiagudas, já a Gaiola de Faraday envolve toda a estrutura com condutores para proteção total.
O que acontece se uma edificação for atingida sem SPDA?Podem ocorrer incêndios, explosões, morte de pessoas, queima de equipamentos e paralisação das operações.
Quanto custa instalar um SPDA?O valor varia conforme o tamanho da edificação, complexidade do projeto e materiais utilizados, mas representa um investimento com alto retorno em segurança.
Quais normas regulam o SPDA?As principais são a NBR 5419 (SPDA), NBR 5410 (instalações elétricas) e NR 10 (segurança elétrica).
Como saber se meu prédio precisa de SPDA?Um engenheiro eletricista deve realizar uma análise de risco, conforme critérios definidos na norma NBR 5419.
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